Corpo de jovem morta em queda de parapente
Corpo de jovem morta em queda de parapente será sepultado em Salvador
Rio -
O corpo da nutricionista Priscila Boliveira, de 27 anos, que morreu
domingo durante queda de parapente, em São Conrado, na Zona Sul, será
sepultado nesta quarta-feira, em Salvador, na Bahia. Priscila, irmã do
ator Fabrício Boliveira, caiu de uma altura de cerca de 20 metros. O
instrutor de voo Alan Ferreira foi indiciado nesta segunda por homicídio
culposo (sem intenção de matar) por negligência. Ele pilotava o parapente com a jovem, que morreu pois as travas de segurança das pernas estavam abertam.
Em dezembro, relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na Rampa de Pedra Bonita, no Parque Nacional da Tijuca, observou a falta de checagem de segurança por parte de alguns pilotos. O documento da Anac sugeria que fosse reforçada a prática de segurança de piloto e aluno quanto à “amarração do equipamento”.
Amigos da vítima contam que a jovem pretendia saltar de asa-delta. Mas
os instrutores não consideraram seguro por causa de seu peso — em torno
de 75kg — e recomendaram que ela voasse de parapente.
Segundo o delegado da 15ª DP (Gávea), Fábio Barucke, antes de saltar,
Priscila fez uma primeira tentativa, mas por algum motivo parou após
correr para decolar. Na segunda vez, assim que a nutricionista e o
instrutor saltaram, uma pessoa que estava na rampa percebeu o problema e
gritou que a jovem estava “pendurada”.
“Em algum momento, entre a primeira tentativa e a segunda de voar, a
trava se abriu. Nesta segunda tentativa, eles correram, ela chegou a dar
uma leve travada de novo, mas eles acabaram voando”, explicou Barucke.
O voo duplo, também conhecido como voo livre ou panorâmico, é proibido por lei para fins comerciais. Se um amador quiser voar, ele deverá estar na condição de aluno matriculado numa escola de voo. Não é o que acontece. Priscila pagou R$ 250, mas estaria na condição de turista.
FRAUDE PARA DRIBLAR A LEI
O relatório da Anac, que foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), denuncia que estrangeiros e turistas se passam por “alunos” e não dão continuidade ao curso, ficando somente no primeiro voo. Um dos trechos do documento diz: “Os ‘alunos’ recebem uma carteirinha de associado provisório para realizar voo de instrução”.
Em alta temporada, até 400 voos por dia
Dia 2, a procuradora do MPF Marcia Morgado Miranda encaminhou ofício solicitando à Anac relatório das inspeções na Rampa da Pedra Bonita em 2011 e o cronograma das fiscalizações deste ano. O documento que havia sido enviado pelo órgão ao MPF era referente só a 2010.
No relatório, foi mencionado que a biruta principal estava fora do campo de visão dos usuários da rampa e também mal localizada.
Apesar do esforço do MPF, a Anac alega que, como parapente e asa-delta não são certificados pela agência, ela não tem que fiscalizá-los. O diretor do Clube São Conrado de Voo Livre, Vinicius Cordeiro, disse que, em alta temporada, há até 400 voos por dia na Pedra Bonita, e que os reparo foram feitos.
No Guia do Rio, da Riotur, o serviço de voo livre é recomendado a turistas. “Dependendo das condições do tempo, há voos diários de instrução com pilotos profissionais, cadastrados na Associação de Voo livre do Rio de Janeiro”. Nas edições de 2011, constava que o local é dos “mais seguros” para voar.
Vítima teve agitação e intensa sudorese antes da queda
Os últimos momentos de Priscila Boliveira revelam que nutricionista sabia que havia algo errado. Segundo o delegado Fábio Barucke, o instrutor Alan Figueiredo contou que, ao perceber problema no equipamento, a jovem ficou agitada e teve uma intensa crise de sudorese. “Ela ficou nervosa, começou a suar e a escorregar. Ele ainda tentou agarrá-la com as pernas, mas não conseguiu”, disse o delegado.
Policiais fizeram, ontem, buscas no Clube São Conrado de Voo Livre, na
sede da Associação Brasileira de Voo Livre e na casa do instrutor para
tentar encontrar a câmera que estava no parapente. O equipamento não foi
achado.
O instrutor, que está em estado de choque, terá que comparecer novamente à 15ª DP, para explicar o motivo de não ter revisado o equipamento quando fez a segunda tentativa de salto, que resultou na tragédia. O parapente está com o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e o laudo fica pronto em 30 dias.
Em dezembro, relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na Rampa de Pedra Bonita, no Parque Nacional da Tijuca, observou a falta de checagem de segurança por parte de alguns pilotos. O documento da Anac sugeria que fosse reforçada a prática de segurança de piloto e aluno quanto à “amarração do equipamento”.
Turistas admiram São Conrado sob a rampa da Pedra Bonita, de onde Priscila saltou de parapente para a morte | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Foto: Reprodução Internet
Foto: Reprodução Internet
O voo duplo, também conhecido como voo livre ou panorâmico, é proibido por lei para fins comerciais. Se um amador quiser voar, ele deverá estar na condição de aluno matriculado numa escola de voo. Não é o que acontece. Priscila pagou R$ 250, mas estaria na condição de turista.
FRAUDE PARA DRIBLAR A LEI
O relatório da Anac, que foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), denuncia que estrangeiros e turistas se passam por “alunos” e não dão continuidade ao curso, ficando somente no primeiro voo. Um dos trechos do documento diz: “Os ‘alunos’ recebem uma carteirinha de associado provisório para realizar voo de instrução”.
Em alta temporada, até 400 voos por dia
Dia 2, a procuradora do MPF Marcia Morgado Miranda encaminhou ofício solicitando à Anac relatório das inspeções na Rampa da Pedra Bonita em 2011 e o cronograma das fiscalizações deste ano. O documento que havia sido enviado pelo órgão ao MPF era referente só a 2010.
No relatório, foi mencionado que a biruta principal estava fora do campo de visão dos usuários da rampa e também mal localizada.
Apesar do esforço do MPF, a Anac alega que, como parapente e asa-delta não são certificados pela agência, ela não tem que fiscalizá-los. O diretor do Clube São Conrado de Voo Livre, Vinicius Cordeiro, disse que, em alta temporada, há até 400 voos por dia na Pedra Bonita, e que os reparo foram feitos.
No Guia do Rio, da Riotur, o serviço de voo livre é recomendado a turistas. “Dependendo das condições do tempo, há voos diários de instrução com pilotos profissionais, cadastrados na Associação de Voo livre do Rio de Janeiro”. Nas edições de 2011, constava que o local é dos “mais seguros” para voar.
Vítima teve agitação e intensa sudorese antes da queda
Os últimos momentos de Priscila Boliveira revelam que nutricionista sabia que havia algo errado. Segundo o delegado Fábio Barucke, o instrutor Alan Figueiredo contou que, ao perceber problema no equipamento, a jovem ficou agitada e teve uma intensa crise de sudorese. “Ela ficou nervosa, começou a suar e a escorregar. Ele ainda tentou agarrá-la com as pernas, mas não conseguiu”, disse o delegado.
Foto: Ag. News
O instrutor, que está em estado de choque, terá que comparecer novamente à 15ª DP, para explicar o motivo de não ter revisado o equipamento quando fez a segunda tentativa de salto, que resultou na tragédia. O parapente está com o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e o laudo fica pronto em 30 dias.
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